Estas duas semanas que passaram entre as sugestões anteriores e estas foram… interessantes, vá.
Mudou a hora, tive um Hallowedding (que eu temi que viesse a ser uma coisa dolorosa para mim, mas que, afinal, foi das festas mais espectaculares a que assisti nos últimos anos - e acho que esta história fica para uma newsletter das outras), tive uma crise grave de ansiedade, que levou a um estado caótico de procrastinação, assumi que tenho um problema que precisa de ser resolvido (aka, 15kg a mais, 20% de massa gorda em excesso), tomei medidas para o resolver (mais um tema para uma newsletter das outras).
Mas o tsunami passou e cá estamos, de volta a dias melhores.
Desta vez, trago-te três livros (e meio) incríveis, um podcast muito interessante e música que me tem acompanhado nas minhas sessões de escrita.
Livros
Ora bem, comecemos pela prata da casa:
Tu sabes que eu tenho por regra comprar tudo o que sai dos meus autores portugueses preferidos (ou potenciais, que tenho lá em casa muita coisa que comprei e ainda não tive tempo de ler, mas lá chegarei).
Assim que soube que este livro estava a caminho das livrarias, atirei-me à compra. Recebi-o no dia do lançamento (praise as pré-vendas!) e comecei imediatamente a lê-lo. Postei esta foto no Instagram, e passado pouquíssimo tempo recebi uma mensagem super, super especial do autor. Li, reli e respirei fundo. Soube imediatamente que aquela mensagem ia mudar a minha leitura do livro. E mudou.
Quis esperar por terminar o livro para lhe responder. Respondi hoje. Não podia ter amado mais esta história. É tão bonita, tem tanta coisa lá dentro, carrega tanta mágoa, tanta angústia mas, ao mesmo tempo, tanta redenção que é impossível ler isto e não sentir imensa coisa.
Decidi que não me apetecia escrever uma review longuíssima (mas escrevi uma média no GoodReads), e optei por fazer um reels de 90 segundos. Et voilà, está encontrado o meu formato ideal de review! De ora em diante, sempre que um livro me levar a isso, hei-de fazer um videozinho sobre ele. Poderá, claro, haver reviews maiores ou mais detalhadas. Mas este vídeo parece-me que é coisa que veio para ficar.
Sugestão: pega neste livro, lê-o, volta à livraria, compra mais uns exemplares e oferece-o como presente de Natal. É uma óptima oferta - palavra de Lénia!
Em Outubro, apeteceu-me reler os meus dois thrillers sangrentos preferidos. Voltei ao An Evil Mind e ao Hunting Evil, do genialíssimo Chris Carter, como se nunca os tivesse lido - claro que me lembrava da história, mas houve detalhes que foram apagados da minha memória e adorei reler isto.
Se queres um thriller intenso, que te faz trepar paredes e que te mói os neurónios, tens aqui dois. São seguimento um do outro (na série, são os números 6 e 10, mas podes não ler nada além destes que a experiência mantém-se intensa - haverá uma ou outra coisa que podia adicionar sal à tua leitura, mas o facto de não leres os outros livros não vai impedir-te de apreciares estes).
Situação: a editora que tinha os direitos desta série decidiu que era boa ideia parar a publicação a meio (ideias de treta, sabes?) e o último livro que está traduzido cá é precisamente o An Evil Mind (Uma Mente Perversa). Portanto, se quiseres ler o outro, terá de ser em inglês. Obrigada, editora do Carter, foi uma decisão brilhante. NOT.
Terminamos com o “meio” livro. E meio porquê? Porque ainda o estou a ler. Sucede que li os primeiros três capítulos e fui abduzida. Juro. Aquilo é compulsivo e está a ser uma leitura maravilhosa. Este livro vai ter de piorar muito para me desiludir.
Este é o livro que estamos a ler este mês no The Killer Book Club e tenho toda a gente agarrada. Confesso que não esperava.
Outra coisa que não esperava: a tradução incrível. Deixo-te um exemplo:
Mainly, they stayed outdoors, dozing away hangovers in the pool house or the circular, lead-roofed gazebo by the lake, waking as the sun came up before heading home to reassure parents of their continued existence.
Estavam quase sempre cá fora, a cozer a bebedeira à beira da piscina ou no gazebo redondo junto ao lago. Acordavam ao nascer do sol e regressava cada um à sua casa, não fossem os pais achar que eles tinham morrido.
O que é que temos aqui? Uma tradução muitíssimo inteligente. Não é literal - nem tem de ser - e acrescenta valor ao livro. Salva de palmas para o Miguel Tomás, que tomou conta desta ocorrência!
Acho que vou voltar a falar deste livro, num dos tais reels com reviews. Em breve (mais cedo do que é suposto, aposto, porque temos metas semanais no book club, mas cheira-me que vai ser impossível respeitar estas e ler isto devagarinho…).
Podcast
Ando viciada neste podcast… de tal maneira que já me perguntaram se ando a fazer pesquisas - não ando, nada temas!
Depois de varrer tudo o que havia sobre serial killers criado pela Parcast, decidi dedicar-me a coisas menos megalómanas e navegar pelo mar agitado dos crimes a solo.
Já sabes que eu não tenho remédio: dêem-me gente alucinada que eu fico ali de plantão a absorver a informação toda. Estou a gostar muito dos episódios, gosto muito dos hosts, ela, uma antiga advogada de acusação nova-iorquina, ele, um ex-detective e jornalista criminal.
Os episódios misturam narração deles com entrevistas a pessoas próximas das vítimas ou que estiveram envolvidas nas investigações, pelo que a perspectiva é a de quem está mesmo por dentro dos casos, e não apenas a investigá-los a nível jornalístico.
Isto é uma óptima companhia enquanto estou a conduzir, a cozinhar, ou enquanto dobro roupa na lavandaria (a vida glamorosa também é uma cena por estes lados!).
Música
Sou aquela escritora que é incapaz de escrever no silêncio porque até no silêncio mais profundo ouço coisas - uma buzina ao longe, o bater de um relógio qualquer, o ruído quase calado de um motor de frigorífico. Tudo o que ouço tem a incomensurável capacidade de me distrair (já aconteceu começar a escrever outras coisas inspirada pelo que não era suposto estar a ouvir, em vez de escrever o que devia efectivamente escrever).
Portanto, a solução é ter sempre uma playlist dedicada a cada projecto de escrita (agora, por exemplo, estou a ouvir uma coisa que adoro - e, olha, não era isto que ia deixar aqui, mas agora ficam as duas músicas, pronto).
Esta música faz parte da playlist do segundo livro - prometo que partilho a playlist quando o livro estiver terminado! Adoro-a com tudo o que tenho e não a ouço só a escrever, claro.
E agora a que entretanto começou a tocar enquanto escrevia. Gosto do EU.CLIDES por amor, sabes? Foi daquelas descobertas inusitadas, já há imenso tempo, e tornou-se presença assídua nos meus phones. Ainda não lhe descobri uma música de que não goste, o que é uma fasquia perigosa para o futuro.
Obrigada por estares aí. Obrigada por me leres, por comentares, por me fazeres sentir que isto de escrever vale a pena. Obrigada mesmo!
O que eu gostei de ler o teu entusiasmo. Por aqui jaz também uma crise grave de procrastinação que já dura há largos meses.
Mas, meus dramas à parte, fico sempre com vontade de ler tudo o que sugeres e tenho imensas dicas tuas de livros guardadas. Ainda por cima partilhamos o mesmo gosto por thrillers/suspense. Estas vão já para a lista. Um beijinho