Sabes aquela pessoa que parece que está sempre a andar e não sai do mesmo sítio? Sou eu quando o assunto é desporto e nutrição
Há algum tempo, contei-te aqui que encerrei o ciclo de consultas com a minha nutricionista. Resumo para ti, que só chegaste aqui depois e não leste essa newsletter: depois de anos a ir amiúde a consultas de nutrição, percebi que as consultas estavam a ser um gatilho que me fazia mais mal do que bem. Acrescentavam-me uma ansiedade de que eu não preciso e isso levou-me a tomar a decisão de dizer adeus.
Se me perguntares se vejo diferenças em mim desde essa altura (início de outubro) para cá, a resposta é não, não vejo diferenças exteriores.
Se me perguntares se essa decisão me trouxe a leveza de que eu precisava, a resposta é sim, mil vezes sim.
Pela enésima vez na minha vida, estou a recomeçar um caminho que me espero que me leve a várias metas.
A primeira é melhorar a minha condição física. Tive Covid no início deste ano, e a única sequela com que fiquei é tramada: falta de ar e cansaço que chega muito depressa, quando pratico alguma actividade fisicamente mais exigente.
A segunda é perder peso. Entre confinamentos, problemas vários e pura gulodice, o meu peso aumentou nos últimos anos. Passei de um 36 para um 40/42 e isso não me agrada. E não me agrada principalmente porque sei que isso significa uma perda acentuada de capacidade física.
A terceira é perceber que sou capaz.
Para chegar a estas metas foi preciso tomar medidas. Tenho a mania de me autoimpor objetivos gigantes. Peso? Quero perder 15kg. Podia partir isto em mini-objetivos mais pequeninos, mas não - vou logo à bruta. Claro que depois não consigo chegar lá e lá vem a frustração que me faz aumentar mais 1kg ou 2.
Portanto, a primeira medida foi aprender a estabelecer metas pequenas.
A primeira coisa sobre a qual me debrucei foi a comida. Voltei a controlar o que como, e só o facto de saber que tenho isto bem gerido faz com que me sinta muito mais confiante no processo.
Depois, voltei a treinar. Em vez de querer ir ao ginásio cinco ou seis vezes por semana, defini três vezes como o meu objetivo inicial. Na semana passada, treinei quatro vezes. Deixei a fisioterapia, a lesão do ombro está tratada e consegui voltar a treinar superiores, coisa que não acontecia desde julho. Isto soube-me a vitória!
Para esta semana, estou a contar com os mesmos três treinos; se conseguir acrescentar um no sábado, maravilha, senão tudo bem na mesma. Sem dramas.
Andei aí num desvario de ingestão de açúcar (eu sou dos doces, ligo pouco a salgados, na verdade). Senti que precisava de travar isto mas, mais uma vez, ir com muita sede ao pote ia ser contraproducente. Portanto, a solução foi estabelecer objetivos pequenos. Comecei por me desafiar a estar sete dias sem doces. Neste momento, já passaram mais alguns dias e cá estou, tranquila e sem vontade de atacar o armário.
Se me apetecer comer qualquer coisa mais calórica, faço contas de maneira que isso me caiba no resto do dia. Desde que comecei a controlar-me com a comida, não houve dia nenhum em que tivesse perdido a mão no assunto.
Voltamos às mudanças que, como te disse no início deste post, ainda não vejo: é normal. Há dois ou três meses, já teria desistido disto tudo e deixado andar. Agora, parei para respirar e mentalizei-me de que vou demorar a ver mudanças. Não me ando a pesar, não sinto diferença na roupa… mas sinto muita diferença no corpo. E, acima de tudo, sinto diferença na cabeça, que era (e é sempre) o fundamental.
Este é um caminho que nunca acaba. Não há um “consegui, posso relaxar”. Haverá um “consegui, e agora vou ter de saber gerir isto”, que foi o que eu não tive em 2017, quando alcancei todos os meus objetivos relacionados com isto. Lição aprendida.
[Nada temas! Este não vai ser tema recorrente aqui. Precisava só de deitar isto cá para fora, de maneira a arrumar o assunto. Voltarei, em breve, à programação normal: na próxima semana haverá post com sugestões!]